Quem tem mais de um filho, precisa, inevitavelmente, aprender a lidar com as brigas dos irmãos, afinal, a disputa pelas coisas e pela atenção dos pais é algo bem normal, e os desentendimentos podem se tornar algo frequente, principalmente se houver maior diferença de idade entre os pequenos. O mais velho vai dizer que você protege o caçula, o mais novo vai dizer que só o “irmão grande” pode fazer as coisas... e você, como fica nessa situação? O post de hoje mostra alguns caminhos para mediar esses conflitos, de forma justa e sem tirar a liberdade das crianças.
Tem como evitar que as brigas aconteçam?
Como todos sabemos, os pequenos ainda estão desenvolvendo sua personalidade, e a cada dia se encantam com um pouquinho mais de independência e confiança que os pais depositam neles. Quando tem mais de uma criança na casa, os limites passam a se tornar mais claros para elas e as atenções acabam sendo naturalmente divididas – e é esse o ponto de origem da maioria dos conflitos entre irmãos, que não querem compartilhar os brinquedos, nem o lanche, nem a TV, nem o quarto e nem o colo da mãe, e acham que o irmão só atrapalha esses planos, concentrando nele sua raiva e frustração.
É difícil evitar que esses conflitos aconteçam, afinal, crianças são espontâneas em mostrar seu descontentamento e apontar culpados, mas você pode criar um ambiente mais favorável para a convivência pacífica entre eles, além de intermediar as discussões com calma e inteligência. Confira algumas dicas:
Antes de tudo, mantenha a calma e não se culpe!
Pode ser que os pais se sintam culpados por não conseguirem dar aos filhos todo o espaço, brinquedos ou atenção que eles exigem, mas a verdade é que, mesmo em lares fartos, justos e felizes, as brigas vão acontecer, porque os irmãos passam muito tempo juntos e estão sempre precisando se ajustar ao outro em suas preferências e necessidades. Portanto, faça sua parte, educando as crianças com os valores certos, e aceite a existência de uma briguinha vez ou outra. Lembre-se também de que você é o exemplo para os seus filhos, portanto, se agir com calma diante de suas discussões, ouvindo e ajudando os dois igualmente a encontrarem uma solução, você vai mostrar que é possível resolver os problemas sem perder o controle.
Saiba quando interferir:
Tenha paciência e acompanhe de longe enquanto as crianças tentam resolver sozinhas o conflito, isso evita as gritarias constantes pela casa e os filhos têm a chance de amadurecer, aprendendo a argumentar, a ceder e negociar tomando suas próprias decisões. Se a briga está durando tempo demais ou você perceber sinais de perigo (gritos, empurrões, choro), aí será o momento de intervir.
Julgue as crianças com justiça!
Sim, nós sabemos que é instintivo nos pais o desejo de proteger “o mais fraco”, que geralmente é o filho menor. Mas, para realmente ensinar as crianças a lidar com os conflitos, você deve fazer justiça: saber ouvir os dois lados e estabelecer consequências para a briga.
Pegue leve nos castigos!
Punir as crianças a cada briga não vai resolver o problema; eles ficarão culpando um ao outro pelo castigo e logo voltarão a discutir. Em vez disso, você pode propor uma solução criativa, como uma tabela de recompensas em que eles perderão pontos com as brigas. Com o tempo, eles vão entender por si mesmos que vale a pena trabalharem juntos em vez de brigar.
Nunca faça comparações:
Ao dizer que um irmão é mais bem comportado que o outro, por exemplo, a informação recebida pelas crianças é de que você só ama o outro, e isso fará as brigas aumentarem ainda mais, afinal, o outro filho fará de tudo para chamar sua atenção, enquanto o “mais bem comportado” pensará que pode fazer tudo e não será punido. Tanto sentir-se injustiçado quando sentir-se acima do bem e do mal são pensamentos destrutivos, que podem marcar a criança para sempre.
Eduque os pequenos para a união e o compartilhamento:
Quando há na família os valores certos, ensinando sobre amar, ser paciente, dividir e respeitar limites, fica mais fácil resolver os conflitos. Com o tempo, ao serem questionadas sobre a discussão, as próprias crianças vão perceber que estão errando e vão tentar melhorar. Mostre a eles que é mais divertido brincar juntos do que sozinhos e ensine-os a valorizarem o irmão, que será um amigo para toda a vida.
Fique alerta!
Quando os conflitos acontecem de vez em quando, entre irmãos que também mostram carinho, cumplicidade e parceria, basta monitorar e orientar os pequenos até que encontrem, eles mesmos, uma solução boa para todos. Mas, se você notar atitudes de desafeto muito frequentes, capazes de magoar ou machucar um dos irmãos, prejudicar o desempenho na escola ou a relação com outras crianças, é recomendável que procure ajuda de um profissional especialista em comportamento infantil.
O conflito entre irmãos é comum em qualquer família. Por mais que seu filho ame e proteja o irmão, em algum momento eles vão discordar sobre alguma coisa e criar uma situação de briga. Cabe a nós, adultos, a tarefa de orientar as crianças de forma justa, para que elas mesmas entendam a origem das divergências e consigam, aos poucos, resolver tudo naturalmente.
O bom relacionamento entre irmãos deve sempre ser encorajado, afinal, ter um irmão é como ter um amigo morando na mesma casa, um companheiro para todas as brincadeiras e descobertas da vida. Uma relação saudável entre os irmãos na infância pode resultar em uma cumplicidade e amizade inabaláveis no futuro!