A missão de ensinar os pequenos a manterem uma alimentação balanceada nunca é fácil, afinal, a correria do dia-a-dia muitas vezes impede a produção de um cardápio mais elaborado, e também porque as opções menos saudáveis estão aí ao alcance deles, é só esticar a mãozinha e pegar, né? Junte isso ao fato de que muitas crianças simplesmente comem pouco, querem sempre as mesmas coisas ou não se interessam em experimentar novos sabores, e pronto, temos um cenário realista para muitas famílias.
Justamente por se tratar de um problema tão comum, hoje trazemos algumas dicas valiosas para você incorporar uma alimentação mais saudável ao cardápio, não só das crianças, mas de toda a família. Olha só:
• Seja criativo: torne a refeição mais apetitosa e divertida!
Os pratos divertidos são uma ótima jogada, então use a imaginação dos pequenos a seu favor! Faça pequenos desenhos com os alimentos, misture de forma colorida e divertida, dê nomes de heróis ou de princesas aos pratos, até inventar uma história sobre o feijão que ficou perdido no meio do arroz e precisava voltar para casa é válido – o importante é que os pequenos vejam a hora das refeições como algo prazeroso e divertido, como a extensão de uma brincadeira.
Outra ideia criativa é inserir os alimentos “rejeitados” de outras formas. Se a criança não quer comer legumes, por exemplo, você pode apresentá-los em forma de doce, para que ela vá se acostumando ao gosto e não ache tão estranho quando experimentar da próxima vez.
Para aquele lanchinho entre as refeições ou para se refrescar nos dias de calor, que tal substituir os alimentos processados por uma salada de frutas bem docinha e colorida, ou experimentar um suco natural diferente a cada dia, misturando novas frutas, legumes e folhas? Um picolé caseiro natural também é uma ideia deliciosa, e os pequenos vão adorar ajudar você a preparar!
Lembre-se de que a variedade é importante; nem os adultos gostam de comer a mesma coisa todos os dias, e cada alimento tem propriedades únicas, todas importantes para o desenvolvimento das crianças. Então, só porque o seu filho começou a comer cenouras, não significa que você deve servir um pratão de cenouras em todas as refeições.
• Preparem e apreciem a refeição juntos!
Se a criança ajudar a preparar o alimento, a chance de ela ficar com vontade de experimentar a comida aumenta muito! Sem falar que cozinhar com os pequenos é bem divertido, pode se tornar um hábito na família e é muito bom para eles, que aprendem sobre tipos diferentes de alimentos, como preparar, quanto usar, com o que cada coisa “combina”, além de noções de matemática, organização e trabalho em equipe. Mesmo as crianças com 4 ou 5 anos já podem separar produtos e recipientes e, aos poucos, aprenderem a pôr a mão na massa – sempre com a supervisão dos pais, é claro. Quando você menos esperar, seu filho estará dando sugestões sobre as compras do mercado, escolhendo produtos diferentes para vocês prepararem e experimentarem juntos!
Além de ajudar na cozinha, vários educadores sugerem que crianças desde os 2 ou 3 anos já podem ajudar a montar a mesa da refeição, colocando os guardanapos, por exemplo. Conforme crescem, elas podem ganhar novas tarefas, como colocar e retirar os talheres, copos ou pratos, servir a própria comida no prato e ajudar a lavar a louça – o importante é fazer com que eles se sintam parte desse processo, reconhecendo seus esforços e assim ficando mais animados sobre a refeição em si. Além do mais, a refeição em família é um ótimo momento para relaxar e colocar a conversa em dia!
Ah! Que tal uma horta em casa? Mesmo que você não tenha um quintal, dá para fazer uma pequena horta dentro de casa mesmo. Utilize vasos para o plantio de tomate, manjericão, cebolinha, salsa e cenoura, por exemplo. As crianças vão adorar a experiência de cuidar das plantinhas e acompanhar seu desenvolvimento, além de poderem consumir os alimentos que elas mesmas plantaram!
• Seja você o exemplo!
Para muitas famílias, é nessa hora que o plano dá errado. Não será justo cobrar que a criança coma frutas e legumes se ela abrir a geladeira e não encontrar nada; é preciso ter opções saudáveis naturalmente disponíveis e ao alcance de suas mãos, para que o pequeno entenda que esse é o jeito normal e certo de se alimentar. Da mesma forma, não vai adiantar dizer para seu filho comer uma fruta enquanto você está comendo um salgadinho; ele achará isso injusto, e com razão.
Entenda que as crianças, principalmente as menores, enxergam em você um exemplo para tudo na vida, portanto, se você considera a alimentação saudável algo importante para os pequenos, saiba que é necessário embarcar nessa junto com eles, incentivando, tendo paciência e sendo um exemplo positivo para eles.
• Por fim: respeite os limites da criança
Cuidado ao exigir demais. Lembre-se de que não é fácil inserir um alimento “estranho” ao dia-a-dia, e de que você também tem suas preferências alimentares, que foram mudando com o tempo. Muitas pessoas só começam a gostar de peixe, por exemplo, quando já são jovens adultos e são apresentados à culinária oriental. Do mesmo modo, aquele chocolate super doce que você adorava quando criança hoje talvez seja rejeitado porque você prefere chocolates mais amargos. Nossos gostos estão sempre mudando, então não desista de apresentar novos sabores aos pequenos – o que eles não gostam hoje, talvez passem a gostar no mês que vem.
Lembre-se também de que todos nós comemos mais em alguns dias do que em outros. Deixe que a criança seja guiada pela fome e tente não obrigá-la a comer, ainda mais quando ela já se sente satisfeita.
Manter uma alimentação saudável e equilibrada é fundamental para a saúde e o crescimento das crianças, então, se estiver tendo problemas demais nessa área, é essencial consultar o pediatra para que ele indique técnicas e possíveis tratamentos indicados para cada caso. Preocupar-se e zelar pela saúde do seu filho é uma forma nobre de demonstrar amor!