Um menino chamado Pedro andava entusiasmado pois estava chegando a época do ano que ele mais gostava, o Natal. A cidade animava-se, os enfeites e as luzes nas ruas anunciavam a sua chegada. As vitrines das lojas eram enfeitadas com pinheirinhos coloridos. Na televisão, abria-se para Pedro um mundo de brinquedos que o faziam sonhar. Era difícil escolher o que pedir ao Papai Noel com tantos anúncios, pois gostava de quase todos.

O garoto estava na expectativa e pensava que tudo estava se encaminhando perfeitamente. Nesta altura, lá na escola em que Pedro estudava, havia fortes discussões sobre a existência do Papai Noel. Ele ficava chateado com alguns dos seus colegas quando estes diziam que o Papai Noel não existia.

- É claro que existe, já o vi na televisão, mora na Lapônia! - argumentava. E advertia os colegas: “Assim vocês não vão ganhar presentes!”.

Em meio à discussão com os amiguinhos, a professora lançou um desafio à turma.

- Cada um de vocês vai ter que fazer uma redação sobre o Natal. Escolheremos a melhor e depois vamos retirar algumas frases dela para fazer o cartaz natalino da escola.

Pedro ficou eufórico. Teria que falar do Natal, então logo começou a anotar ideias para a sua redação em seu caderno, receoso de esquecer tudo o que vinha no seu pensamento. Ele escreveu sobre a família que se reúne na noite de Natal, da alegria que contagia as pessoas, do Papai Noel... E não esqueceu de falar dos pobres meninos que não têm família, nem das pessoas que vivem nas ruas, lamentando-se do Natal triste que eles vão ter.

Chegou o dia de anunciar a redação vencedora e Pedro sentia-se confiante. Depois de dar os parabéns a todos pelo empenho e pelas boas redações que fizeram, a professora sentenciou:
- A composição que escolhi foi a do Adnan.
O espanto tomou conta de todos.

Adnan era um menino do leste europeu que havia chegado há dois anos na escola. A redação dele dizia: “Não comemoro o Natal porque eu e a minha família somos islâmicos”. E continuava: “quando cheguei não sabia de nada, mas o meu pai me explicou muitas coisas sobre esta tradição. O Natal é uma festa bonita, porque todos os católicos se juntam para celebrar o nascimento de Jesus Cristo, para eles o filho de Deus. Há muita alegria, paz e as pessoas gostam de trocar presentes, como fizeram os Reis Magos quando Jesus nasceu. Não fazemos festa lá em casa, mas gosto do Natal porque as pessoas andam diferentes, mais contentes e amigas. Há música nas ruas e no coração das pessoas. É pena não ser sempre assim.".

E neste ano então, o cartaz de Natal da escola do Pedro e do Adnan dizia assim:
“No Natal há música nas ruas e no coração das pessoas. É pena não ser sempre assim".

Feliz Natal!

(Fonte)