É verdade que, às vezes, esse tema é complicado até para nós, que somos adultos, pois requer uma disciplina e hábitos que nem sempre temos. Por isso mesmo é super importante inserir esse tema nas conversas com as crianças o quanto antes, para que se tornem adultos mais conscientes e financeiramente equilibrados.

Falar sobre dinheiro com as crianças, oferecer uma mesada e ensinar a administrá-la de forma consciente é uma forma de demonstrar confiança em suas capacidades, além de dar aos pequenos certo poder e uma independência que nunca tiveram antes; eles vão ficar muito gratos por isso e farão o melhor possível para que você se orgulhe deles.

Confira algumas formas de ensinar sobre conceitos do mundo financeiro, como poupança, economia e equilíbrio, de um jeito natural e divertido para os pequenos:

• Lembra daquele joguinho de tabuleiro?

Se tem uma coisa que a criança adora são os jogos, por isso eles são ótimos aliados para ensinar sobre várias coisas, inclusive educação financeira, de um jeito lúdico e divertido!

O famoso Banco Imobiliário, por exemplo, é perfeito para familiarizar os pequenos à ideia de dinheiro, comprar, vender, entender que cada coisa tem um preço diferente, contar as notas certinho para dar o troco, etc.. Você pode usar a brincadeira para iniciar conversas sobre dinheiro com seus filhos, sem fugir do lúdico, enquanto a família toda se diverte comprando e vendendo imóveis em uma tarde de chuva.

• Reunião de família é para todos da casa!

Sabe aquela época em que os adultos da casa se unem em volta da mesa da sala com um monte de anotações para calcular os gastos e ganhos do próximo mês? Que tal inserir as crianças nessas reuniões? Falar sobre dinheiro pode ser bem mais fácil para os pequenos entenderem se você tiver a rotina da casa como exemplo, comentando sobre as compras do mercado, contas a pagar, necessidades como abastecer o carro, compra de remédios, etc., e as crianças vão se sentir super felizes e “adultas” por serem convidadas a participar desse momento tão sério e importante.

Mesmo que ainda sejam pequenas, com quatro ou cinco anos, elas vão perceber que dinheiro é algo importante e deve ser tratado com responsabilidade, pois os pais ficam mais sérios e concentrados quando fazem as contas. Para começar, desenvolver essa noção já é o suficiente!

Porém, não subestime as crianças: elas são curiosas, inteligentes e aprendem super rápido! Aos poucos, você vai perceber, o pequeno vai perdendo o medo do assunto, vai começar a fazer perguntas sobre empréstimos, poupança, cartões de crédito, e logo estará fazendo pedidos e sugestões para o mês seguinte, apontando que realmente precisa de um tênis novo ou que está disposto a comprar um doce só na padaria, para ter a chance de experimentar aquele mais caro, em vez de comprar cinco doces mais baratos.

Além de ir, aos poucos, ambientando os pequenos ao universo do dinheiro, a participação de todos na reunião de família também fortalece os vínculos entre vocês e é uma ótima ocasião para exercitar a matemática!

• Um bichinho guardando minhas moedas!

O conceito do cofrinho para guardar dinheiro é bem divertido e fácil de entender, sendo uma ótima forma de entrar no assunto “economia” aos poucos, naturalmente, sem deixar a criança confusa ou assustada.

Em formato de porquinho, outros bichinhos ou até elementos populares do universo infantil, o cofrinho quase sempre chega como um presente de aniversário ou como uma tentativa de os pais ensinarem os pequenos a guardarem dinheiro com disciplina. Explique para a criança, pacientemente, para que o cofrinho serve e sobre a importância de “alimentar o porquinho”, não tirando nada dele até que esteja cheinho de moedas.

Estimule a criatividade da criança, dizendo que, depois que o cofrinho estiver cheio, ela vai poder usar o dinheiro para comprar aquele brinquedo tão desejado ou até gastar na próxima viagem da família, comprando algo bem diferente para decorar o seu quarto, doces que nunca tinha provado antes ou até pagando o próprio almoço no restaurante. Esse tipo de conquista deixa os pequenos super animados e cheios de orgulho, eles se sentem mais maduros e responsáveis – então não estranhe se uma parte do dinheiro acabar sendo usada para comprar um novo cofrinho!

Você é um bom exemplo?

Muitas vezes, é nessa hora que a coisa complica, né? As crianças aprendem muito pelo exemplo, observando e imitando o comportamento de quem convive com elas. Pode ter certeza de que, se você ensinar ao seu filho sobre economia e administração de dinheiro e, ao mesmo tempo, gastar com banalidades todos os dias, o pequeno logo vai questionar você – e com razão! Portanto, se você não tem controle o suficiente sobre sua vida financeira, procure aperfeiçoar esse ponto e se disciplinar antes de pensar em cobrar isso das crianças, ou esse aprendizado não fará sentido para elas.

Na infância, aprendemos algumas das lições mais valiosas de nossas vidas, como o respeito às diferenças, habilidade de trabalhar em equipe, manter o foco no que precisamos fazer e tantas outras qualidades que o mercado de trabalho busca hoje em dia. A educação financeira, apesar de parecer algo complicado, é apenas mais uma dessas lições que deve ser ensinada com calma, de forma leve e natural, e que vai fazer toda a diferença quando seu filho for adulto e precisar administrar o próprio dinheiro.